Léo Frederico & Outros
A poesia e as vozes cavas dos meus eus
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Textos

UM CANTO QUE NÃO SE CALA


REFRÃO

Pai, escuta-me a voz do silêncio!
Pai, escuta-me a voz do silêncio!
Pai, escuta-me a voz do silêncio!
Que já não tenho mais força…

 

Para gritar ao mundo meu lamento
Suporto a cruz da minha poesia;
Meu verso seco, rude e malombento
Minha tristeza aos prantos denuncia.
De que me vale ter os olhos livres
Se permanecem minhas mãos atadas?
Se os olhos vêem os filhos que não tive
Abandonados à beira da estrada?

 

Como é que posso, pai, resignado,
Calar diante de tanta injustiça?
Se ao mundo vim cumprir a minha liça
Estufo o peito, sem ser escutado.
Então libero uma força tamanha
Que se traduz nesse silêncio aflito;
Quanto mais calo mais forte esse grito
Se faz ouvir muito além da montanha.

 

De tanto pranto já não há mais lágrimas
De tanta fome só há osso e pele…
Vejo crianças, homens e mulheres
Em cada esquina a mendigar… Que lástima!
Insone fico pela madrugada
A meditar em vão numa saída.
Hei de comprar a cada dia a vida;
Meu verbo não pode exprimir mais nada…

 

Meu coração não é maior que o mundo
Para conter todo esse sofrimento,
Mas o meu pobre verso é lenimento
Minha revolta nele sempre infundo.
Sou vítima da ambição desmedida
Que quer roubar-me minha estrela guia,
Envergonhar a minha poesia,
Calar meu canto e me acabar co’ a vida!

 

Eu sei meu canto não está perdido
Nem meu lamento de desesperança…
Ainda resta um pouco de esperança
Dilacerando o peito qual gemido!
Desesperado quero abrir a porta
Refúgio procurar na solidão…
Quero de vez, morrer na contramão
Contudo, nem com isso alguém se importa.

 

OFERTA

Agonizando nessa atroz tormenta
Vou prosseguindo na minha labuta:
Só mesmo um bando de filhos-da-puta
Julga ser pátria o cárcere que inventa.

 

Gurupá, Pará, Brasil, 25 de outubro de 2010.

Composto por Léo Frederico de Las Vegas.
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Contrafactum de "CÁLICE", composição de Chico Buarque.

Jaime Adilton Marques de Araújo
Enviado por Jaime Adilton Marques de Araújo em 15/01/2024
Alterado em 15/01/2024
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Local: Melgaço, Ilha de Marajó, Pará, Brasil
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TABACARIA

Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. [...] Fiz de mim o que não soube E o que podia fazer de mim não o fiz. O dominó que vesti era errado. Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. Quando quis tirar a máscara, Estava pegada à cara. Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido. Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. Deitei fora a máscara e dormi no vestiário Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo E vou escrever esta história para provar que sou sublime. [...]


Álvaro de Campos

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Música, Poesia, Brasilidade, Literatura, e tudo o mais que há de bom na vida.

Filmes favoritos:


Um Amor Para Recordar, O Leitor, O 13º Andar, A Trilogia Matrix, A Trilogia Deixados Para Trás, entre outros.

Músicas favoritas:


Pedaço de Mim, Tinha Que Acontecer, Rainha da Vida, Tocando em Frente, Chão de Giz, Todas as do Vinícius de Moraes, entre outras tantas.

Livros favoritos:


A saga: O Vendedor de Sonhos, Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, A Carne, Amor de Perdição, A Moreninha, A Barca dos Amantes, Os Lusíadas, O Jogo da Detetive, O Pequeno Príncipe, entre tantos outros.